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domingo, 11 de março de 2012

LixoCultural Sonoro no Jornal do Lago Norte



A comunidade do Lago Norte já deve ter percebido alguns varais de lixo pendurados pelo bairro, com algumas frases poéticas. Mas o que significa isso? Trata-se do Projeto Lixo Cultural Sonoro, criado pelo morador Jonas Banhos, servidor público e que, voluntariamente, atua como arte-educador em comunidades ribeirinhas da Amazônia. A ação tem como objetivo criar uma consciência ambiental, por meio da arte, e sensibilizar as pessoas que desrespeitam a mãe natureza.

O morador aproveita a caminhada matinal para colocar em prática o projeto. Com uma porção de criatividade, luvas, fio de algodão, pincel e tinta, o idealizador ergue o lixo que encontra pelo caminho e, sempre que possível, escreve uma mensagem no próprio resíduo. “Clamo para que as pessoas joguem o lixo na lixeira e não na natureza. Também costumo levar um folder que trata da importância de cada um cuidar do seu lixo, por uma questão de saúde coletiva, diz Jonas.

A idéia nasceu da indignação de Jonas com alguns moradores, visitantes ou trabalhadores que desrespeitam o bairro e enchem as áreas verdes de lixo. “Apesar da abundância gratuita da mãe natureza, eles não têm a sensibilidade para perceber tanta riqueza oferecida, gratuitamente, para todos nós”, ressalta. Então, foi no dia 7 de setembro de 2011, que o morador montou o primeiro varal no Parque das Garças, localizado no final da Península Norte, e nomeou a atividade de Lixo Cultural Sonoro.

“Ao coletar parte do lixo de dentro do parque e começar a pendurá-lo no varal, montado entre duas árvores, percebi o barulho que fazia quando um lixo batia em outro. Aquilo que estava escondido entre arbustos, na beira ou dentro do lago, passa a ser visto e escutado pelos que frequentam o local. Assim, deixa de ser lixo e passa a ser arte, que provoca alguma sensação ou reação nos que vêem o varal ou escutam o barulho que dele emana”, afirma Jonas.

A atitude do servidor público já chamou a atenção de alguns moradores que, agora, também ajudam o projeto a caminhar. É o caso da moradora da QL 09, Terlusia Albuquerque de Souza, funcionária publica e empresária. Segundo ela, ao visitar o Parque das Garças pela primeira vez, reparou nos variais com lixos pendurados. “Conheci o Jonas que explicou um pouco sobre o trabalho dele. Hoje, ajudo a colocar mais lixo nos varais. Tenho até um cordão de barbante no carro. Depois que conheci o projeto, a minha visão ecológica mudou. Agora, também separo o lixo em casa”, ressalta a moradora.

Vale lembrar que os varais ficam expostos temporariamente. A maioria dos lixos é recolhida pelo Serviço de Limpeza Urbana – SLU. Quando isso não ocorre, uma vez por mês, Jonas mobiliza alguns amigos para retirar os varais mais antigos. “A idéia dos variais é pendurar o lixo até ele secar. Eles nascem para causar uma reflexão e clamam por uma ação urgente: que a primeira pessoa tocada retire o varal e o jogue na lixeira mais próxima”, finaliza o idealizador do projeto.

Por Fernanda Angelo

fonte http://jornaldolagonorte.com.br/destaques/lixo-cultural-sonoro/

Os sujões do Lago Norte no Jornal do Lago Norte

Os sujões do bairro

A frente do lote na QI 14

A falta de consciência de alguns moradores da Península Norte tem transformado áreas públicas e privadas em depósitos para entulhos. Quem mora perto desses terrenos sofre com o mau cheiro e a presença constante de insetos.

De acordo com Nelson Marraccini, morador da QL 13 há 36 anos, os maus vizinhos jogam todo tipo de resíduo como podas de árvores, frutas podres, restos de obras, entre outros. “Para se ter uma idéia, em um lote da QI 11, já foi encontrado tampos de mesa de granito, fogão e aparelho de ar condicionado”, afirma Marraccini.

Quando a área escolhida para o despejo de lixo é um lote particular, a situação é ainda pior, pois a Administração Regional do Lago Norte não tem como limpar. Segundo o administrador Marcos Woortmann, em casos extremos, onde o lote está muito sujo e a proliferação de insetos já ultrapassou todos os limites, uma ordem judicial é dada à Administração, que realiza a limpeza do terreno.

Uma das áreas mais afetadas está localizada na QI 14, conjunto 09, lote 18, com frente também para a EPPN (Estrada Parque Península Norte). Segundo Marraccini, o local tem todo tipo de lixo, até doméstico. “Os sujões fizeram ainda um caminho no mato para entrarem com carrinhos de mão, carregados de lixo”, afirma.

A Agência de Fiscalização (Agefis) é o único órgão que tem competência para atuar contra cidadãos que jogam resíduos em áreas públicas. Quando algum morador presenciar o vizinho descartando entulhos em locais impróprios, o cidadão pode denunciar pelo número 156, ou ligar no atendimento ao público da Agefis, 3327-2725.

Situação de outros lotes:

QI 11, conjunto 01, lote 02
Particular e desocupado. Este lote foi cercado, mas a cerca foi derrubada e o local virou deposito de lixo pelos vizinhos. Existem restos de obras, de frutas, podas de árvores, papéis, caixas, tudo em meio ao matagal. Roedores, insetos, moscas e um mau cheiro constante chateiam os vizinhos ao lado. O proprietário não aparece e várias reclamações já foram feitas.

QI/QL 15
Terreno público localizado na pista que liga a QI/QL 15. Todo tipo de entulho. Presença de roedores, insetos, moscas e mau cheiro. A Administração Regional do Lago Norte já colocou uma placa pedindo para não jogarem lixo. A placa foi pichada e coberta por entulho. Recentemente, a Administração solicitou a limpeza do local. Após dois dias que a ação foi realizada, o lixo voltou a ser despejado no lote.

Por Cássia Borges
http://jornaldolagonorte.com.br/destaques/os-sujoes-do-bairro/

Projeto LixoCultural Sonoro no Jornal de Brasília

Deu na coluna do Gilberto Amaral do Jornal de Brasília de 17 de janeiro de 2012:



CONSCIÊNCIA
No Lago Norte, Jonas Banhos dá um baile de cidadania: com

criatividade e poesia pendura entre as árvores, em forma de

varais, pedaços de objetos que recolhe pelo caminho. Quem

sabe não sensibiliza os demais moradores de que o lugar do

lixo é na lata do lixo?